Operando o Capital de Giro de Sua Empresa com eficácia.
A noção de que há algumas complexidades no mundo dos negócios
leva ao empreendedor a necessidade de conhecer bem sobre a área onde irá atuar
e, principalmente, saber como empregar a melhor técnica para gerenciamento de
seu negócio. Algumas dessas complexidades podem não ser um dos componentes de
maior dificuldade e compreensão por parte do empreendedor. Para se ter uma
noção mais precisa, passemos ao conhecimento de noções básicas e importantes na
gestão no fluxo de uma atividade empresarial. Vamos falar então de um dos
principais princípios de gestão financeira nas empresas de forma simples e
descomplicada. O ciclo operacional e o ciclo financeiro é o nosso assunto em
estudo e porque são ciclos importantes para o poder de decisões na empresa.
Comecemos então com a definição do Capital de Giro Operacional e seus
principais componentes.
O que é Capital de Giro Operacional?
Capital de Giro Operacional = Ciclo Operacional + Ciclo Financeiro
Capital de Giro Operacional – o que é isso e como fazer sua boa
gestão para ter como resultado uma maior liquidez para sua empresa.
Definição: É o capital circulante
dentro de sua empresa que mantém o equilíbrio entre dois ciclos principais e fundamentais
à continuidade de funcionamento de seu negócio, o ciclo operacional e o ciclo
financeiro. Esses dois ciclos quando bem planejados e submetidos a um bom sistema
de gestão técnica e administrativa, evita que a empresa recorra a dinheiro
extra para o pagamento de suas responsabilidades no decorrer de seus ciclos.
Uma boa gestão financeira inclui
como prioridade o pagamento de suas despesas mensais, as despesas fixas como
aluguel, pagamento de funcionários, despesas com água, energia, telefone,
internet, contador, impostos, etc..
É muito importante observar que uma
má gestão de recursos circulantes no ambiente de sua empresa poderá acarretar
em problemas sérios que poderão levar à inviabilidade de negócio.
Um bom planejamento financeiro com
capacidade de melhor operacionalizar seu negócio tem como elemento fundamental um
bom planejamento financeiro, o cálculo preciso da necessidade de capital de
giro para que meu negócio funcione normalmente sem qualquer contratempo.
O ciclo operacional e financeiro de
uma empresa depende de sua atividade econômica, sendo variável de empresa para
empresa. Há empresa com maior ciclo operacional e empresa com menor ciclo
operacional depende essencialmente de dois momentos o momento da compra e o
tempo que irá levar para que meu ativo seja realizado, transformado em
dinheiro. O ciclo operacional e financeiro de minha empresa poderá começar no
momento em que eu adquiro um bem para revenda, ou adquiro insumos ou bens para
através de um processo de transformação produzir outros bens. Quanto mais longo
o meu processo de industrialização, mais longo será meu o meu ciclo financeiro.
Eu preciso fazer o planejamento de meus custos mensais para produzir um
determinado produto. Eu preciso saber quais são minhas despesas fixas mensais
para que tenha Capital de Giro suficiente para cobertura desses custos ou
gastos, até que meu produto seja disponibilizado para venda e tenha recebido os
valores de minhas vendas, momento em que fecho o meu ciclo financeiro.
É importante lembrar que para cada
natureza de despesas de consumo ou gastos, eu preciso criar várias contas que
servirão como objeto de controle.
O Capital de Giro Operacional
necessário para a cobertura dos ciclo operacional e financeiro é composto das
seguintes variáveis ou nomenclaturas de contas que irão servir para movimentar
o fluxo operacional e financeiro de seu negócio, são elas:
a) Conta Fornecedores a Pagar
b) Conta Clientes a Receber
c) Estoque de Matérias-Primas
(Indústria)
d) Estoque de Produtos em
Processamento (Indústria)
e) Estoque de Produtos Acabados
(Indústria)
c) Conta de Estoque de Produtos
Acabados (Indústria)
e) Conta de Estoque de Produtos Para
Venda (Comércio)
Todas essas contas têm sua
importância no equilíbrio e geração de novas riquezas, cada uma delas tem o seu
funcionamento e controle, e irão contribuir para o equilíbrio financeiro da
empresa.
A conta Fornecedores a Pagar exprime
um crédito que os fornecedores dão para as empresas pagarem a termos de curto
ou longo prazo suas compras. Trata-se de um financiamento ou recursos que são colocados
na empresa depois de estabelecida uma negociação onde se fixa o prazo de
recebimento ou pagamento das mercadorias, bens ou serviços recebidos pelas
empresas.
A conta Clientes a Receber exprime
um crédito que as empresas dão para seus clientes. É importante observar dois
momentos, o momento em que recebo crédito
e o em que entrego ou forneço a mercadoria ou produto mediante crédito. Esses
dois momentos se alternam entre aqueles que são fornecedores e aqueles que são
clientes.
As contas Matérias-primas, Produtos
em Processamento ou Elaboração e Produtos Acabados, essas contas estoques
indicam quanto tempo o seu capital (dinheiro) usado na compra de produtos ou
matérias-primas vai ficar parado na empresa.
Fundamentando melhor o conceito de
Capital de Giro Operacional é que, quando temos um crédito do fornecedor, o
dinheiro é dele. Quando o crédito é do cliente, a empresa está usando de seu
próprio dinheiro para financiar o seu cliente. Complementado para melhor
entender, todo estoque é uma composição de dinheiro da empresa.
Visto dessa maneira, fica fácil de
definir que Capital de Giro Operacional é composto de duas contrapartidas. A
primeira consiste no crédito que as empresas dão para seus clientes computando
o valor dos estoques tanto de matéria-prima quanto de produtos em processos e
produtos acabados, menos o crédito de empresas fornecedoras.
Para calcular o Capital de Giro
Operacional existe uma fórmula simples com base no que engloba o ciclo
operacional de um negócio visto até aqui.
(Capital de Giro Operacional é =
Créditos de Clientes + Estoques – Créditos de Fornecedores).
Quanto recebemos de créditos dos
fornecedores? E quanto estamos prontos para dar de créditos aos nossos
clientes, são essas duas variáveis representadas pelo Contas a Pagar e Contas a Receber.
Assim, o total de créditos que temos a pagar para nossos fornecedores
em determinado período é a soma dos créditos que temos dos fornecedores até
àquele período. De maneira semelhante, o valor que temos a receber de nossos
clientes em um certo momento é a soma dos créditos que estamos dando aos nossos
clientes até àquela data. A análise dessas duas variáveis em um dado período
determina o equilíbrio entre os valores que temos a pagar aos fornecedores e os
valores que temos a receber de nossos clientes. O resultado do que temos de
Créditos de Clientes + Estoques – (menos) Fornecedores a Pagar se superior a
Fornecedores a Pagar, nossa empresa está trabalhando com recursos próprios pela
dificuldade de adquirir créditos com fornecedores. Um resultado negativo indica
que nosso Capital de Giro Operacional está sendo financiado pelos fornecedores.
Isso do ponto de vista operacional é muito bom para a empresa, porque essa não
terá necessidade de recorrer a créditos junto às instituições financeiras já que
seu Capital de Giro Operacional está sendo financiado por valores a receber e
estoques, valores ainda a serem realizáveis. Embora a situação econômica seja
favorável, não se pode dizer a mesma coisa da situação financeira não há fluxo
de liquidez. Lembrando que o Capital de
Giro Operacional só terá um bom funcionamento, se dentro do Ciclo Financeiro da
empresa o Fluxo de Recebimento de nossos Créditos tiver um prazo menor que o
Fluxo de Pagamentos de Créditos de nossos Fornecedores. Uma inversão nesse
resultado poderá provocar uma crise de insolvência e a necessidade de mais
Capital de Giro Operacional junto a Credores externos, o que nem sempre será
uma alternativa viável para investimentos, quando se sabe que as Operações de
Créditos juntos às instituições financeiras têm um custo elevado, podendo no
lugar de melhor operacionalizar a aplicação de recursos internos na empresa,
criar maiores dificuldades e possivelmente, gerando a inviabilidade de negócio.
E quando isso acontece, aumenta a responsabilidade com créditos de terceiros
diante da inviabilidade de liquidação de créditos.
Uma forma simples de criar uma
exemplificação da técnica de funcionamento do Capital de Giro Operacional é
seguir a fórmula apresentada acima, conforme segue.
Vamos supor que em 31/12/11
tivéssemos 220.000 de contas a pagar a fornecedores, 150.000 de contar a
receber de clientes e 50.000 de estoques, o Capital de Giro Operacional dessa
empresa em 31/12/11 é de:
Aplicando a fórmula
Capital de Giro Operacional é = 150.000
+ 50.000 – 220.000
CapGrioOperacional é = -20.000
O que significa isso?
Isso
significa que nosso fechamento de contas nesse dia indicou que temos mais
créditos de nossos fornecedores, nossa empresa não está usando nosso Capital
Próprio. O que demonstra que estamos usando o Capital de Terceiros ou de
fornecedores para o financiamento das atividades de nossa empresa. Essa indica
ser a melhor situação, pois a empresa não precisa colocar a mão em recursos
próprios e em caso de necessidade de crescimento não terá necessidade de usar
seu dinheiro, sendo portanto, financiada pelos seus fornecedores, considerando-se
que as atuais condições de crédito de fornecedores, clientes e estoques se
mantenham como antes, não sofrendo nenhuma alteração.
Podemos fazer uma nova avaliação de
contas, e desta vez, verificarmos que nossos números são um pouco diferentes
dos anteriores. Vamos ao exemplo.
Vamos agora supor que em 31/12/11
tivéssemos 80.000 de contas a pagar a fornecedores, 150.000 de contar a receber
de clientes e 50.000 de estoques, o novo Capital de Giro Operacional de nossa empresa em 31/12/11 será de:
Aplicando a fórmula:
Capital de Giro Operacional é = 150.000
+ 50.000 – 80.000
CapGrioOperacional é = 20.000
Novamente vamos fazer a análise do
que isso agora representa.
Nesse novo cálculo Capital de Giro
Operacional está sendo financiado pela nossa própria empresa, pois a
dificuldade em adquirir créditos suficientes junto aos fornecedores, nossa
empresa é obrigada a financiar nossos clientes e estoques. Essa nova situação é
muito usual nas empresas e se atrapalham ou enfrentam algum tipo de dificuldade
para cobrir essa necessidade de caixa de 20.000 reais, e não conseguindo de
outra forma suprir essa necessidade a empresa coloca em risco manter suas
atividades em giro. E isso passa a refletir diretamente na política de vendas
da empresa. Nesse caso, se houver um aumento nas vendas essa necessidade de
Capital de Giro Operacional também aumenta. Isso acontece porque a partir do
momento que damos mais créditos aos nossos clientes, adquirimos mais estoques,
nossa empresa vai precisar colocar mais dinheiro nesse sistema para que dê
continuidade ao giro de seu negócio. Esse é um dos maiores problemas, quando há
um crescimento de vendas sem recursos ou disponibilidade suficiente de Capital
de Giro Operacional.
Essa é a maneira de provar que o resultado
de uma empresa não se mede apenas pelo seu resultado econômico, ou seja, pela
sua Demonstração de Resultados (DRE). O Capital de Giro Operacional é
significativamente importante ou vital para apurar-se o fluxo financeiro da
empresa e subsequentemente sua real capacidade de disponibilizar recursos, pois
o Lucro Contábil está na maioria das vezes em estoques e contas a receber. Isso
deixa bem clara a noção de que resultado econômico é muito diferente de
resultado financeiro.
Outro fato chama à atenção quanto
ao verdadeiro responsável pela boa gestão do Capital de Giro Operacional. A boa
gestão do capital de giro operacional não é de responsabilidade do gestor
financeiro, esse apenas, mensura. Uma boa política de gestão do Capital de Giro
Operacional tem como gestores os responsáveis pela área comercial e de produção
que devem trabalhar em sintonia, e quanto maior a sintonia entre eles, melhor
será a gestão do Capital de Giro. Daí, a necessidade de maior proximidade e
interação entre o gestor financeiro, comercial e de produção para discussão da
melhor estratégica para alcançar sempre o melhor resultado. Feito isso fica
muito mais fácil do monitoramento do Capital de Giro Operacional.
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