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quarta-feira, 6 de junho de 2018


COMO SERÁ O RESULTADO DE 2018? UM ANO DE TURBULÊNCIAS, MAS CHEIO DE BOAS EXPECTATIVAS?

Em 2018 volta a expectativa de um novo início de retomada econômica e de crescimento do setor imobiliário.

Veja os prós e cons na compra de imóveis na planta, usados, imóveis comerciais, terrenos e fundos imobiliários. Esse último, um investimento ainda pouco conhecido do investidor.

Veja algumas dicas como fazer a escolha certa no mercado imobiliário. InfoMoney trouxe para você alguns detalhes para que você possa ter um conhecimento básico das principais características que envolvem cada uma dessas modalidades de negócio. Saiba mais aqui com INFOMONEY, Mercado Imobiliário, Faça a Escolha Certa.

Mantenha-se bem informado, e sempre procure por ajuda de um especialista, o corretor de imóveis, quem irá orientá-lo a se situar melhor sobre tudo que acontece no mercado e sobre a melhor oportunidade de investimentos.

A seguir você terá algumas informações básicas e úteis sobre o comportamento do mercado imobiliário em sua última década de crescimento e queda provocada pela crise econômica ainda muito visível no país.

Veja sob a visão de especialista de mercado o que aconteceu com o crescimento rápido e pouco sustentável da economia brasileira, e como o reflexo da crise atingiu setores importantes da economia como o de indústria da construção civil.

Com a promessa de uma economia mais estável e sustentável o mercado de imóveis passou por uma expansão, teve um verdadeiro boom em sua taxa de crescimento. Com o aumento do nível de emprego, renda e maior facilidade de acesso ao crédito os preços dos imóveis dispararam no país. Nos últimos anos, mais praticamente em uma década o mercado imobiliário passou por um período de alta e queda.


Num primeiro momento o mercado imobiliário brasileiro aproveitou-se do ciclo econômico do país em alta, experimentando um crescimento significativo e um auge de prosperidade. Porém ao mesmo tempo em que apresentou taxas positivas de crescimento acompanhando o reflexo da economia, passou por um declínio significativo com a queda da economia e se mantém estável na expectativa de uma nova recuperação da economia.

E atualmente, quais são as perspectivas do mercado imobiliário no Brasil? Para fazer uma melhor análise do que acontecerá novamente em um prazo de uma década é preciso voltar no tempo e rever como era o mercado imobiliário antes da crise.
Em 2008, o mercado americano entrou em uma grave crise na indústria imobiliária afetando de forma negativa todos os mercados no mundo. Mas foi nesse mesmo período que a economia brasileira dava um grande reflexo de prosperidade e o mercado imobiliário segue em linha com a mesma tendência. Uma reação característica a uma economia mais robusta e estável com uma melhoria na empregabilidade, renda e confiança do consumidor em relação ao futuro, pontos que se considerava essenciais para o investimento em imóveis.

Levantamento global realizado em 54 países pelo BID (Banco de Compensações Internacionais), a instituição que funciona como sendo o banco dos bancos, uma espécie de Banco Central, a valorização imobiliária no Brasil, naquele período chegou a 121% em cinco anos, e no período pós-crise de 2008. Entre 2008 e 2011 a valorização atingiu a taxa de crescimento de 20% a.a.
Nesse mesmo período de demanda por imóveis influenciada por diversos fatores positivos da economia, com a valorização de imóveis devida à pressão de forte demanda, a oferta de crédito também cresceu em volume, flexibilizando um maior acesso ao crédito.

Segundo levantamento de dados pela ABECIP (Associação Brasileira das Entidade de Crédito Imobiliário e Poupança), houve um aumento de 42% para o financiamento de construção e compra de imóveis apenas em 2011, período comparado com 2010 cuja soma chegou a R$. 79,9 bilhões. Foram negociadas em 2011, 493 mil unidades, um crescimento de 17% em relação ao período de 2010. E nesse mesmo período o valor dos imóveis subiu 26% , segundo o índice FipeZap.

Com os sinais de que a economia se manteria por um novo período subsequente com a mesma esperança de prosperidade, índice baixo de desemprego, crescimento da renda e índice baixo de inadimplência a flexibilidade na liberação de crédito continuou em alta nos próximos períodos. Novamente, em 2012 houve um incremento no crédito pulando de R$. 79,9 bilhões em 2011 para R$.82,8 bilhões, uma alta de 3,6% em comparação com o período de 2011. Para complementar esse ciclo de prosperidade na economia e no mercado imobiliário que é um grande influenciador na geração de empregos e renda, o mercado imobiliário bateu o seu maior record em 2013, atingindo a cifra de R$. 109,2 bilhões, 32% superior ao período de 2012. O mercado financiou 529,8 mil imóveis, um aumento de 17% em relação ao número apresentado em 2012, 453,2 mil imóveis.

No entanto, apesar desse boom representativo de crescimento econômico em uma economia estável, começou a dar sinais de enfraquecimento já em 2013, começando um novo cenário, o declínio dos índices de atividade econômica, um país começou a sofrer o que era o início de um processo de desaceleração de crescimento. Em 2014, com a preparação para a copa do mundo foram realizadas muitas obras de infraestruturas nas cidades sede havendo uma supervalorização dos locais e bairros vizinhos onde foram aplicadas as melhorias. Começa aí, a se falar de supervalorização nos preços dos imóveis e o mercado de construção teve que reduzir sua produção para se adequar a uma menor demanda.

Já em 2013, sentiu-se uma retração no financiamento de imóveis. Foram financiadas 538,3 mil unidades, percebendo-se uma estabilidade na demanda com um aumento de 1,6% em relação a 2013. No entanto, o resultado da soma de todo o período de 9 anos até 2014, representou um crescimento próximo de 800%. Já em relação ao volume de investimento, o número chegou a R$.113 bilhões, um crescimento de 5,3% tendo por base o período de 2013, e um resultado impactado graças ao aumento nos preços, o que significou uma menor demanda de financiamento por unidades.

Com o declínio da economia nacional, em 2015 o mercado imobiliário começa a sentir o agravamento da crise e a sofrer a previsibilidade das incertezas políticas com crise política atingindo seu auge. Se lá atrás havia um ciclo de crescimento econômico estável com políticas de créditos baratas e flexíveis e uma grande demanda, agora os fatores se inverteram, houve um aumenta na taxa de financiamentos e o crédito tornou-se menos flexível.

Somando-se os fatores já em 2014, como o aumento das taxas de juros como consequência direta de maiores saques em cadernetas de poupança e depósitos em menor volume, contas que são responsáveis por grande parte dos financiamentos imobiliários no Brasil. Se não bastasse isso, tínhamos o desaquecimento da economia e o cenário político muito pouco favorável ao setor. A aceleração do desemprego e inflação contribuíram para a retração do mercado de imobiliário significativamente.

Em momentos de crise, vale lembrar que o financiamento de um imóvel é um processo que acontece na maioria das vezes no longo prazo. Sendo assim, ninguém estará ou estaria disposto a arriscar suas economias ou entrar num endividamento de longo prazo diante de qualquer ameaça ou incerteza. Nesse caso, muito provavelmente, as pessoas tendem a adiar seus novos projetos de vida, elas não desejam que seus sonhos sejam deixados ou atropelados no caminho.

Outro desestímulo se refere às mudanças nas regras de financiamentos como a queda do patamar que serve de limite de financiamentos, como por exemplo, a queda de 80% para 50% do valor do imóvel usado para financiamento. Neste caso, o consumidor será obrigado a dar um valor de entrada maior, não sendo possível fechar sua transação, já que possui reserva mínima para bancar uma entrada de valor maior.

Em 2015, os financiamentos fecharam em números de R$.75,6 bilhões, apontando uma queda equivalente a 33%. O número de unidade negociada chegou a 342 mil, influenciado pela baixa nas vendas ou nos preços dos imóveis e de novos lançamentos no mercado.

Em 2016 no início do segundo semestre o mercado apurou uma alta nas vendas depois do registro de 13 meses consecutivos em queda. Segundo dados oficiais de representantes do setor da indústria de imóveis, foram negociados 9.271 unidades, um aumento de 1,4% comparado com as vendas de agosto de 2015. Ainda em agosto de 2016 houve compensação no lançamento de 4.611 unidades, um aumento de 70% face ao volume lançado no mesmo mês em 2015.

Em 2017 o mercado indicou uma pequena recuperação com alguns setores com o MCMV. Já o setor de médio e alto padrão ainda sofreram os efeitos da crise. Falta muito para que o investidor passe a ter confiança e o mercado volte à sua normalidade de antes ou volte a ter um equilíbrio bem planejado entre a oferta e demanda, até que se resolvam as questões de instabilidade econômica e políticas de uma vez.
Em 2018 haverá uma nova tentativa de retomada de crescimento, assim como aconteceu em 2017. Mas uma questão parece fundamental para que o mercado, investidores e as pessoas que movimentam o setor de imóveis no Brasil, voltem a ter segurança com o país saindo definitivamente desse momento de crise econômica e instabilidade política persistente.

Só haverá mudanças para os setores mais importantes da economia, a partir do momento em que o investidor voltar a ter confiança no país. Enquanto houver incertezas em relação à política fiscal de ajustes nos gastos do setor público como forma de incentivo para trazer de volta a credibilidade do país em forma de investimentos capazes de gerar mais empregos e rendas para o trabalhador brasileiro que precisará de um governo que cumpra melhor suas metas fiscais, gere estabilidade econômica e crie oportunidades de renda e crescimento para o país.

Sem isso, o pequeno e médio investidor não terá a segurança necessária para investir suas economias e assumir compromissos de longo prazo sem o mínimo de visibilidade futura capaz de atenuar riscos e oportunidades futuras. O país precisa ganhar confiança para o impulsionamento de negócios que se concretizarão com responsabilidades de longo prazo. O país precisa de novos agentes públicos com maior responsabilidade na gestão das contas públicas, criando mecanismos que dificultem a sangria desnecessária de dinheiro público e um combate muito mais ostensivo e efetivo à corrupção que tanto tem causado danos à prestação de mais serviços públicos de qualidade no atendimento à população.

Finalizando, há necessidade de frisar que fatores externos, quanto fatores internos poderão dificultar um país em fase de recuperação econômica. Internamente, tivemos o caso mais recente da greve dos caminhoneiros que gerou um impacto bruto na casa de 9 bilhões de reais que precisarão ser realocados dos cofres públicos, e poderá comprometer as estimativas econômicas de resultado bruto para 2018. Serviços públicos serão afetados com o remanejamento de recursos para suprir medidas emergenciais do governo, causando de certa forma algum tipo de incerteza e instabilidade econômica, dificultando ainda mais o processo de recuperação do país. Quanto a dados externos, temos o aumento da taxa do dólar que se reflete nos resultados econômicos de vários países em suas transações de mercado atualmente no mundo.

O Brasil precisa está preparado para reagir a qualquer tipo de reação interna e externa que gere impactos negativos em sua economia. Mas neste momento, torna-se uma tarefa difícil com um déficit elevado da dívida pública e a falta de planejamento de curto e longo prazo para o completo restabelecimento da economia.

No entanto, apesar de 2018 ser um ano ainda muito conturbado pela falta de ajustes necessários para a melhor retomada da economia e, sendo um ano eleitoral, será possível a superação de algumas expectativas que servirão de incentivos ao próximo governo. Finalmente, vamos torcer que depois de várias tempestades, venha a bonança. O Brasil à beira de precisar de uma UTI, mais oxigenação para que volte a respirar e a economia entre de fato em processo de franca recuperação.


Texto baseado em informações verdadeiras de mercado sob a supervisão de especialista que atuam há décadas no mercado. Todas as informações, portanto, são de fontes fidedignas que estudam as oscilações do mercado imobiliário no Brasil, para que o setor tenha o apoio necessário para melhor traçar seus planejamentos de médio e longo prazos para o atendimento de demandas tão variáveis dentro de determinado ciclo econômico.

Vicente de Paulo C Fonseca, corretor de imóveis que atua no mercado imobiliário há pouco tempo, mais se interessou em se tornar mestre no lugar de um simples aprendiz de feiticeiro. E dedica boa parte de seu tempo buscando novas formas de aprendizagem e acompanhamento do mercado para melhor qualificá-lo como agente imobiliário. CRECI: 170 793

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